Noruega para Brasil: petróleo cá, florestas lá.
A Noruega, sempre disposta a apoiar a nobre causa da “proteção” das florestas tropicais, para “preservá-las” como depósitos de carbono para compensar o petróleo e o gás natural que constituem a sua maior riqueza, prometeu contribuir com US$ 3 bilhões em dez anos para o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, a cereja do bolo do presidente Lula na conferência COP30.
Como se sabe, o governo brasileiro pretendia sair de Belém com aportes firmes de US$ 25 bilhões, depois reduzidos para US$ 10 bilhões, para o mirabolante fundo que “converte” florestas em investimentos financeiros. O anúncio norueguês foi efusivamente saudado por Lula e seus escudeiros, mas a promessa é condicionada a se atingir a meta de US$ 10 bilhões até o fim do ano – e ainda falta muito, pois só a França (US$ 577 milhões), Holanda (US$ 5,8 milhões) e Portugal (US$ 1 milhão), coçaram os bolsos até agora. O Reino Unido, no qual Lula & cia. depositavam muitas expectativas, pulou fora e a Alemanha faz ouvidos de mercador.
De qualquer maneira, a Noruega, que já é a principal financiadora do célebre Fundo Amazônia, com mais de R$ 3 bilhões doados desde 2009, está apresentando a sua versão da proposta dos países desenvolvidos ao Brasil: em vez de fazendas aqui, florestas lá (dos produtores agrícolas dos EUA), petróleo aqui, florestas no Brasil.