Me dirijo aos brasileiros que se consideram de esquerda, trabalhistas ou nacionalistas e que já desembarcaram do governo Lula.
Hoje entendo algumas das preocupações que vocês levantam e reconheço como Lula e o PT foram os principais responsáveis pela destruição da esquerda e do trabalhismo no Brasil.
Está cada vez mais claro que vocês possuem preocupações distintas do lulismo. Podemos ter discordâncias, mas percebo que vocês estão atentos a questões como o arrocho fiscal, o financismo, a política neoliberal rentista, a interferência das ONGs e a situação do trabalhador, entre outras pautas.
Também noto que muitos de vocês rejeitam a loucura identitária abraçada pelo PT, que destruiu a educação brasileira e contaminou outros setores, como o PSB, PSOL, PCdoB e até mesmo o PDT. Não consigo deixar de imaginar o que figuras como Brizola e Darcy Ribeiro diriam sobre o estado atual da esquerda brasileira. Certamente, não seria algo que eles celebrariam. Afinal, a luta deles sempre foi pelo Brasil e por seu povo, não pela submissão aos interesses globalistas ou por narrativas importadas que nos dividem ainda mais.
Espero que vocês consigam dar o próximo passo e se descolar de vez de Lula e do PT (e não, não estou sugerindo aqui que se aliem a outro campo político). Prefiro um Brasil onde a esquerda milite por questões concretas — ainda que eu discorde delas — do que o petismo, que oferece apenas perseguição, marketing vazio e servidão aos bancos e interesses internacionais.
Prefiro uma esquerda que preze pelo Brasil do que um bando de vassalos do Partido Democrata, que idolatram líderes ungidos por George Soros e outras figuras que sequer conhecem o contexto brasileiro. Uma esquerda que não tenha como pilar a Rede Globo e que faça o combate político por meio de ideias, e não pelo uso desmedido da força contra seus oponentes.
Aqueles que vocês chamam de bolsonaristas querem apenas um país com um pouco mais de liberdade: liberdade de culto, de empreender, de se expressar. Muitos de vocês reconhecem o estado atual das coisas. Sabemos que a nossa excessiva burocracia engessa a economia, que o tratamento desigual dos agentes do Estado privilegia os grandes campeões nacionais enquanto sufoca os pequenos empreendedores e trabalhadores que geram empregos. Também sabemos que ninguém é livre na miséria, tampouco vivendo de bolsas que apenas compensam a ausência de desenvolvimento e de empregos decentes.
Queremos também a liberdade do Brasil para explorar seus recursos minerais e desenvolver sua tecnologia. Não deveria ser necessário lembrar da urgência de defender nossa soberania das ONGs que sabotam nosso desenvolvimento e cultura.
Talvez, se vocês tentassem compreender a dor daqueles rotulados como bolsonaristas, e se abrissem para um diálogo verdadeiro, descobririam que muitos estão dispostos a entender as dores de vocês nas questões econômicas e trabalhistas. Há um Brasil machucado pela desumanização promovida pela Globo e pelo PT, e talvez seja hora de dialogarmos mais sobre isso.
Afinal, no fundo, o que une todos nós é o desejo de um Brasil soberano, onde o trabalho é valorizado, o povo tem dignidade, e o país pode crescer com justiça, liberdade e prosperidade. Um Brasil onde o debate político é feito de forma honesta, onde possamos discordar sem que isso nos transforme em inimigos.
Vocês, que já abriram os olhos para os erros do lulismo, têm a oportunidade de construir uma nova esquerda, uma que realmente lute pelas pessoas e pelo país, sem cair nas armadilhas do identitarismo e do globalismo. E, quem sabe, ao longo do caminho, possamos encontrar pontos de convergência e trabalhar juntos pelo Brasil que todos nós queremos — soberano, forte, próspero e livre.
Um abraço a todos que chegaram até aqui. Que o diálogo e a busca por um país melhor nos guiem.